Cultura

Roteiro dos Castelos de Portugal. CRÓNICA 5

Évoramonte

Descrição: No seguimento do castelo referido anteriormente, podemos afirmar que a fortaleza localizada em Évoramonte se situa dentro do concelho de Estremoz. Ainda assim, a grande verdade é que, mesmo tratando-se de duas construções intimamente unidas, pela história e mesmo pelo facto de serem parte de uma linha defensiva alentejana, o certo é que justificam ser abordadas de forma autónoma, dada a grandiosidade de ambas. Quanto a nós, em termos arquitectónicos, trata-se de um dos mais peculiares, nomeadamente os enormes cordões que abraçam a estrutura, como que se tratassem de um presente gigante para todos os visitantes. Para além disso, a dita fortaleza consubstancia uma alvenaria de pedra e cantaria granítica, material obtido na região, com planta rectangular. Foi num dia ventoso que o visitámos e, com as ondas sonoras desse elemento da natureza a assobiar em nossos ouvidos, parecíamos escutar antigas trovas e entoações medievais pois o espaço a isso favorece. Tal como Estremoz, foi Geraldo, Sem Pavor que tomou esta fortaleza aos mouros, em 1160, e veio a obter foral no ano de 1248 por decisão do rei Dom Afonso III. Aquando da ascensão de D. João I ao trono português, a Casa de Bragança passou a ter o castelo de Évoramonte na sua posse, sendo, à época, o seu gestor D. Nuno Álvares Pereira, cujo cognome é Condestável e é por todos considerados um herói nacional. Considerado Monumento Nacional desde 1910, a fortaleza de Évoramonte é hoje um dia um espaço agradável que conta, a todos nós, vindouros, a história de um passado longínquo de bravura e apego à causa.

Outros motivos de interesse: Basicamente, o texto que deixámos anteriormente referente a Estremoz pode ser aqui decalcado. No entanto, convém ainda assinalarmos alguns sítios de enorme interesse no perímetro desta fortaleza, como é o caso da Ermida de São Sebastião, a Igreja de São Pedro ou mesmo a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

Guimarães

Descrição: Como está escrito em placa, propositadamente colocada com grande destaque no centro da cidade, aqui nasceu Portugal. Por isso mesmo, considera-se que a cidade vimaranense, gentílico que nasceu dada a primitiva denominação do local – Vimaranes, é o berço da nação. Isso sucede porque a ideia generalizada é que Dom Afonso Henriques, primeiro monarca português, e responsável máximo pela independência do país, terá sido baptizado na Igreja de São Miguel da Oliveira, junto a esta fortaleza. Segundo os estudiosos, o castelo de Guimarães apresenta um traçado com plano orientado em forma de escudo, o que não deixa de ser assaz curioso. Para além disso, possui quatro torres, imponentes por sinal, que terminam em portas de belo recorte. No seu interior, uma ponte de madeira une, de forma directa, a torre de menagem com o adarve das muralhas. Ligado à figura de Mumadona Dias, condessa de Portugal na época do Condado Portucalense, no século X, a estrutura que hoje podemos visualizar foi mandada erigir por essa altura, posteriormente figurando no dote de D. Henrique de Borgonha, pai do primeiro rei português. Tendo em conta que a reconquista foi célere, e dada a posição geográfica do castelo, em breve o mesmo deixou de possuir importância defensiva, pelo que foi sucessivamente cadeia municipal e, mais tarde, concretamente no século XVII, serviu até de palheiro real. No ano de 1836 uma proposta defendia a demolição do castelo e o aproveitamento das suas pedras para ladrilhar as ruas da cidade, mas, felizmente, tal não chegou a suceder e, assim, hoje em dia podemos ainda maravilhar-nos com as belezas intrínsecas do referido monumento.

Outros motivos de interesse: Atendendo ao nosso gosto particular, e a par dos muitos monumentos medievais que existem na cidade, e arredores, tais como o Convento de Santa Marinha da Costa, o Convento de Santa Clara, a Igreja de Serzedelo ou mesmo a Capela dos Passos da Paixão de Cristo, o certo é que não devemos, nem podemos, deixar de referir o achado arqueológico conhecida por Citânia de Briteiros, assim como outros elementos arquitectónicos similares, onde destacamos a Ara de Trajano, a Citânia de Sabroso e a Estação Arqueológica da Penha.

Idanha-a-Velha

Descrição: A zona beirã de Idanha-a-Velha, e convém frisar a sua toponímia completa de modo a distingui-la da sua vizinha tida como a Nova, foi, desde sempre, um espaço preenchido pelas ordens militares, no caso em concreto os Templários. Assim, o ano de 1197 marca a etapa inicial de construção da fortaleza, a mando de D. Gualdim Pais, obedecendo a sua linha arquitectónica a uma ideia maturada na Terra Santa e posteriormente concretizada igualmente em Almourol, Pombal e Tomar, por exemplo. Na área do primitivo fórum romano, nasce então uma imponente torre de menagem, definida como templária, e que fazia parte de um largo domínio dos cavaleiros de mantos brancos que se estendia desde Idanha até Belver, mais a sul, especificamente falando, no Alentejo. Já em 1510, tendo em vista a pretensão de povoar a zona, D. Manuel I volta a conceder foral a Idanha-a-Velha, porém com pouco sucesso, sabendo-se que, ainda actualmente, os rasgos provocados pelo tempo na estrutura são notórias. Seja como fora, ao redor da estrutura têm sido encontrados múltiplos achados arqueológicos que em muito valorizam a povoação.

Outros motivos de interesse: A Igreja de São-Vir-a-Corça, em local ermo e com características singulares é, sem dúvida, um local de visita obrigatória. Para além do mais, também a vila de Monsanto, com a sua estrutura militar e religiosa justifica paragem prolongada. Por último, Idanha-a-Nova, localidade contígua a esta, propõe-nos bastos motivos de passeio e reflexão histórica.

Sobre el autor

Jordi Sierra Marquez

Comunicador y periodista 2.0 - Experto en #MarketingDigital y #MarcaPersonal / Licenciado en periodismo por la UCM y con un master en comunicación multimedia.