Cultura

Roteiro dos Castelos de Portugal. CRÓNICA 6

Leiria

Descrição: Muito há para dizer sobre o imponente castelo de Leiria e, efectivamente, sobre o mesmo já tivemos o cuidado de discorrer bastas vezes. Porém, o presente trabalho não se orienta na direcção de uma explanação demasiado vasta. Ainda assim, afirmemos que no ano de 1135 já D. Afonso Henriques decidiu erigir, junto ao rio Lis, uma nova fortaleza, bem no alto de uma elevação rochosa. É esse o castelo que hoje em dia ainda podemos observar, de forma altaneira, olhando para a cidade leiriense, e motivando vários trabalhos literários de qualidade. Ao longo dos tempos, o castelo foi sofrendo o efeito arquitectónico das respectivas épocas, destacando-se o românico, do século XII, o gótico de D. Dinis e as correntes de restauro de finais do século XIX. No interior da construção há múltiplos espaços de visita obrigatória, sendo por isso necessário um período alargado para o fazer. Os nossos destaques vão, naturalmente, para a torre dos sinos, a Igreja de Santa Maria da Pena, as ruínas da Colegiada ou até os celeiros medievais.

Outros motivos de interesse: À volta da cidade de Leiria encontramos múltiplos espaços onde a história e a cultura se fundem de forma constante. Para tanto, qualquer roteiro de viagem fornecerá diversas possibilidades. Na povoação propriamente dita, aconselhamos a visita do lugar de Lapedo, na freguesia de Santa Eufémia, espaço arqueológico de transcendental importância para este país, assim como as várias praias, para quem prefira um turismo de veraneio, onde se inclui a da Vieira e de São Pedro de Moel.

Lindoso

Descrição: Sob a deliberação de D. Afonso III, o castelo de Lindoso nasce do nada no ano de 1258, como forma de defesa territorial da zona norte do país. Segundo alguns analistas acreditam, o topónimo Lindoso provém directamente Limitosum, ou limitador. De modo a sustentar o alcaide local, a povoação que habitava no castelo de Lindoso teria de contribuir com alimentos e demais bens de modo a que nada lhe faltasse. Em contrapartida, o alcaide não poderia abusar dos habitantes. Era um método curioso, uma nova forma de arrendamento, que nem sempre foi seguido a nível nacional. Ainda assim, em 1258, o monarca D. Dinis decidiu reforçar e reformular a fortaleza. Voltou a alcançar notoriedade aquando do processo de independência português, temendo-se pelas incursões vindas da actual Galiza. Posteriormente tornou-se Monumento Nacional, de forma plenamente justificada, e hoje em dia faz jus ao nome, Lindoso ou esbelto, na nossa acepção do termo. Com uma estrutura similar ao contíguo de Póvoa de Lanhoso e mesmo de Arnóia, o castelo de Lindoso possui uma ponte levadiça de madeira, assim como muralhas de alvenaria em pedra e, por assim dizer, é de uma beleza fora do comum, encontrando-se em bom estado de conservação sendo, a nosso ver, uma agradável surpresa.

Outros motivos de interesse: O castelo situa-se na povoação homónima que é considerada uma das mais belas aldeias de Portugal. Junto à fortaleza, cerca de cinco dezenas de espigueiros fascinam o visitante, mas também a Citânia de Cidadelhe merece visita de estudo. Para além disso, a aproximadamente vinte quilómetros o contacto com o elemento aquífero é uma realidade na impressionante Barragem de Touvedo.

Loulé

Descrição: Intimamente ligado à cultura algarvia, voltada totalmente para o mar e para o turismo de Verão, a fortaleza de Loulé é um encanto, apesar de resistir apenas uma parcela da sua imponência de outrora. O passado desta zona manifestou a presença, fundamentalmente, de duas grandes civilizações, a fenícia, que terá legado a visão turística e comercial, dado que por aqui apenas deixaram sucinto exemplar de feitoria e a muçulmana, fundamental para o carácter culto de Loulé. E foram os mouros que na verdade erigiram uma pequena Almedina fortificada. Quando os portugueses aqui chegaram, a batalha foi árdua e o terreno inóspito para as suas gentes habituadas que estavam os moradores de Loulé à presença dos naturais do norte de África. Ainda assim, no dia de São Clemente, as forças lusas concretizaram os seus intentos, no longínquo ano de 1249, sendo o espaço cedido à Ordem de Santiago, crucial naquela zona do país. Poucos anos depois, mais concretamente em 1280, D. Dinis reforçou esse desejo da coroa e outorgou foral da povoação. No ano de 1442, fruto dos recursos ofertados pela empreitada dos Descobrimentos, foi possível a reconstrução das muralhas do castelo de Loulé, o qual, hoje em dia, apresenta um perímetro com área em torno dos cinco hectares, destacando-se a Alcáçova e a Medina, sem deixar de frisar troço de muralha, escadaria e torres.

Outros motivos de interesse: A cidade de Loulé, famosa também pela sua gastronomia, intimamente ligada à pesca e ao consumo do peixe, possui vários espaços físicos que devemos conhecer. Assim, a Capela de Nossa Senhora da Conceição encontra-se no topo da lista, sem, no entanto, esquecer a referência à Igreja da Graça e a Igreja da Misericórdia. Ainda no campo da arquitectura religiosa, o Convento de Santo António é relevante para um conhecimento da história da fé no sul de Portugal. Aqui perto, mais concretamente na povoação de Quarteira, destaque para os vestígios arqueológicos concentrados nas ruínas romanas de Cerro da Vila.

Sobre el autor

Jordi Sierra Marquez

Comunicador y periodista 2.0 - Experto en #MarketingDigital y #MarcaPersonal / Licenciado en periodismo por la UCM y con un master en comunicación multimedia.