Cultura

Roteiro dos Castelos de Portugal. CRÓNICA 8

Montemor-o-Velho

Descrição: De todos os castelos do presente roteiro, o qual, como explicámos inicialmente, foi sendo concretizado, de forma paulatina, nos últimos anos, existiu uma mão cheia deles que acabaram por nos surpreender pela positiva. Passamos a explicar: antes de cada visita in loco, tivemos o cuidado de pesquisar informações e imagens sobre os espaços que iríamos conhecer no dia seguinte. Isso permitiu-nos, com grande fiabilidade, fazer uma previsão visual e pessoal do que iríamos encontrar. Ora, atendendo a que todos foram seleccionados pelo seu interesse, o certo é que algumas imagens e textos não foram suficientemente elucidativos e, no caso concreto de Montemor-o-Velho, o impacto visual foi ainda mais positivo do que o esperado, daí que tenhamos a grata felicidade de o referir nesta obra de modo a poder entusiasmar, ainda mais, o leitor no interesse pelo conhecimento físico desta fortaleza. De origem antiga, pelo menos há dados que confirmam a sua existência já no ano 848, os portugueses souberam utilizá-lo convenientemente, servindo de barreira ante as investidas dos inimigos militares e, ao longo dos anos, serviu sempre de poiso seguro para o infantado, ou seja, os diversos filhos segundos dos múltiplos reis nacionais. Para além disso, a sua extraordinária dimensão permitia, segundo crónicas da época, aquartelar perto de cinco mil homens e, apesar dos maus tratos dados pelos franceses em fuga, no início do século XIX, o certo é que, felizmente, hoje em dia o castelo de Montemor-o-Velho encontra-se em bom estado de preservação, incluindo a Igreja de Santa Maria da Alcáçova, localizada no interior do mesmo e de visita obrigatória.

Outros motivos de interesse: Para além do castelo, destacamos ainda como pontos de paragem obrigatórios a Igreja de Nossa Senhora dos Anjos, a Capela da Misericórdia, a Igreja de São Martinho e mesmo o Solar dos Alarcões. No que à vertente intelectual mais recente diz respeito, Montemor-o-Velho soube renovar-se, apresentando um interessante Teatro Ester de Carvalho onde as novas gerações podem tomar contacto com aquilo que de mais importante existe na vida de cada um, ou seja, a cultura!

Nisa

Descrição: A antiga fortaleza de Nisa, cuja construção se ficou a dever à Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, ditos Templários, teve um término de obras no ano de 1296. Hoje em dia, naturalmente, a modernidade açambarcou parte da grandiosidade de outrora, mas a aura misteriosa e de grande relevo histórico permaneceu, muito por obra da permanência dos frades da Ordem de Cristo que, deste local, extraíam imensos produtos, entre os quais se destacavam carne, vinho e cereais, por assim dizer ainda os três elementos mais famosos da região, no que ao comércio diz respeito. O que temos de visitável, no que ao castelo de Nisa diz respeito, é, basicamente, troços da antiga muralha fortificada, que jamais deixou os seus habitantes ficar em situação de aflição, sendo a barreira mais notória ante as investidas externas, assim como a magnífica Porta da Vila, que não nos cansámos de admirar, em arco de volta redonda e a Porta de Montalvão, perto de uma das torres na outra extremidade do monumento.

Outros motivos de interesse: Nisa é, por excelência, a terra do queijo homónimo, levando a que muitos visitantes aqui se desloquem com o intuito de adquirir essa bela iguaria, aproveitando, então, para degustar a carne alentejana, alimento de qualidade certificada, e provar os belos tintos da região. No campo arquitectónico, percorrer o interior das muralhas de Nisa é deparar com a história ao vivo, com realce para a Ermida de Nossa Senhora dos Prazeres, o Pelourinho local e a Igreja da Misericórdia.

Óbidos

Descrição: A lindíssima vila de Óbidos, que possui uma versão homónima, em termos de toponímia, no Brasil, mais concretamente no Estado do Pará, é uma zona geográfica abençoada pelo clima e pelos legados históricos, pelo que o seu castelo tem sido apreciado ao longo dos tempos. Erguendo-se a 79 metros acima do nível médio do mar, a fortaleza, de formato rectangular irregular, espraia-se por muralhas que medem mais de 1,5 quilómetros, sendo preenchidas por diversas torres, como a do Facho e, obviamente, por várias portas, com denominações igualmente interessantes, de onde realçamos a de Nossa Senhora da Piedade, tida como a virgem concebida sem pecado original. Ainda no interior do castelo de Óbidos, destaque para o Cruzeiro da Memória, o Pelourinho local, de contornos distintos e, ligeiramente perto das muralhas externas da povoação, o aqueduto dá sempre respaldo para a memória de um passado em que a água, fonte de vida, provinha destes percursos pétreos, hoje em dia em total desuso. No campo histórico propriamente dito, o castelo de Óbidos surge em documentos oficiais do ano de 1153, sendo que no reinado seguinte ao de D. Afonso Henriques, no período que mediou entre 1185 e 1211, obras de restauro ali foram efectuadas. Após D. Dinis, que decidiu ofertar a fortaleza à sua esposa, a rainha Santa Isabel, todas as rainhas portuguesas passaram a obter, como dote automático, a fortaleza de Óbidos, até 1834, altura de grandes reformas no país, ao nível político, social e religioso.

Outros motivos de interesse: Os últimos tempos têm, felizmente, proporcionado a que a vila de Óbidos obtenha o merecido destaque mediático, não apenas com reconstituições históricas do período medieval, aproveitando a envolvência das suas muralhas mas também o Festival do Chocolate que tem vindo a decorrer anualmente, deixando todos com o desejo de regressar na edição seguinte do dito acontecimento. A Capela de Nossa Senhora do Carmo ou a Igreja de Santa Maria são apenas dois elementos patrimoniais que se juntam a tudo o que já referimos e que revelam a importância da povoação e dos seus arredores.

Sobre el autor

Jordi Sierra Marquez

Comunicador y periodista 2.0 - Experto en #MarketingDigital y #MarcaPersonal / Licenciado en periodismo por la UCM y con un master en comunicación multimedia.