Belver
DescriÁ§Á£o: Tal como tivemos oportunidade de ler anteriormente, também o castelo de Belver fazia parte do património da Ordem do Hospital, a qual, mesmo nÁ£o tendo obtido o relevo social de outras localizaÁ§Áµes europeias e mesmo no Médio Oriente, ainda assim nÁ£o deixou de marcar presenÁ§a vincada em solo lusitano. A localizaÁ§Á£o desta fortaleza situa-se, de forma isolada, num monte de proporÁ§Áµes medianas que, ainda assim, possui uma visÁ£o panorÁ¢mica extremamente abrangente, mormente para o rio Tejo que corre a seus pés. Muito provavelmente terá sido construído em meados do século XIII e, de acordo com os anais históricos, foi sempre um elemento preponderante para a defesa da regiÁ£o, apesar de se ter envolvido em polémica ao manifestar o seu apoio a D. António, Prior do Crato, na questÁ£o sucessória de 1580, período que culminou com a presenÁ§a da dinastia filipina neste país. Por último, o terramoto de 1755 provocou-lhe profundos estragos, sendo, no entanto, ainda um espaÁ§o visitável, mormente após sucessivas obras de reconstruÁ§Á£o que tÁªm acontecido a partir de meados do século passado. Destaque para algumas curiosidades relacionadas com esta fortaleza, dado que, segundo consta, aqui terá estado encerrado o poeta Luís Vaz de CamÁµes, autor de Os Lusíadas, ao passo que no reinado de D. Sancho II Belver servia de tesouro real.
Outros motivos de interesse: Dentro do espaÁ§o limítrofe desta povoaÁ§Á£o podemos encontrar mais alguma arquitectura que justifica plenamente a visita, no caso a Ermida de Nossa Senhora do Pilar e a Capela de SÁ£o Brás, elementos fundamentais de uniÁ£o popular Á crenÁ§a religiosa. Para um trajecto pré-histórico, a zona oferece ainda a Anta do Penedo Gordo, vestígio imemorial de civilizaÁ§Áµes que ocuparam o território no período anterior Á nacionalidade.
BraganÁ§a
DescriÁ§Á£o: Sem sombra de dúvida, o castelo de BraganÁ§a é um dos mais interessantes do país, nÁ£o apenas porque, ao seu redor, encontramos uma cidade belíssima mas porque toda a sua construÁ§Á£o assenta em requintes arquitectónicos. Quem decida visitar BraganÁ§a, em todo o seu esplendor, nÁ£o deixará jamais de sentir-se agradecido pelo tempo investido. De planta oval, o castelo localiza-se a setecentos metros acima do nível do mar, tendo um perímetro cercado com aproximadamente seiscentos metros. Muito provavelmente, de todos os elementos relacionados com a sua construÁ§Á£o, é na Torre da Princesa, uma imponente torre de menagem, que se focaliza mais a atenÁ§Á£o de todos, facto consubstanciando inclusivamente pela lenda da torre, que tivemos ocasiÁ£o de abordar em trabalhos anteriores e que une a paixÁ£o de uma linda princesa moura com um jovem cavaleiro cristÁ£o, um amor sempre tido como impossível. De origens remotas, em torno do ano 1128, o castelo de BraganÁ§a passou, ao longo do tempo, por dificuldades várias, nomeadamente no reinado de Dom Fernando (1367-1383), altura em que foi cercado e tomado pelas tropas de Castela. Em 1371, no entanto, mediante a assinatura do Tratado de Alcoutim, regressou Á posse portuguesa. Hoje em dia, o que se pode visualizar é um espaÁ§o pujante de história, destacando-se o estilo gótico do empreendimento, num estado de conservaÁ§Á£o que se pode considerar positivo.
Outros motivos de interesse: BraganÁ§a, capital da chamada terra fria, o canto nordeste de Portugal, é notoriamente conhecida pela sua gastronomia, de onde destacamos os enchidos, iguaria tradicional que inclui chouriÁ§os e alheiras, entre outros. Para além do mais, a cidade possui, para visitar, o Museu do Abade de BaÁ§al, a Domun Municipalis, elemento muito antigo, assim como um imenso património religioso que, por si mesmo, daria para um roteiro único e inesquecível.
Castelo de Vide
DescriÁ§Á£o: Apesar dos vários estudos relativos Á s origens da povoaÁ§Á£o de Castelo de Vide, o certo é que nÁ£o existem dados muito concretos para apresentar. SupÁµe-se que a presenÁ§a romana tenha sido uma realidade, até por ficar junto Á via que permitia a deslocaÁ§Á£o até Mérida, na vizinha Espanha, mas os dados arqueológicos nÁ£o foram, ainda, encontrados. No entanto, até atendendo Á própria toponímia do local podemos extrair que Castelo de Vide tenha nascido Á sombra da sua fortaleza, sendo esse o pomo crucial para que a instalaÁ§Á£o populacional se tenha concretizado. Seja como for, alguns documentos conferem a Castelo de Vide o domínio portuguÁªs em 1180, mormente com um Foral de D. Afonso Henriques. No entanto, o facto mais concreto é considerar que em 1276 a povoaÁ§Á£o tinha organizaÁ§Á£o municipal e, portanto, o seu castelo era uma realidade com, pelo menos, algumas décadas de existÁªncia. A partir do reinado de D. Fernando a posse desta zona passou para a Ordem de Avis, muito estimada por todo o Alentejo, e doravante manteve-se relativamente sossegada até ao século XVIII. EntÁ£o, a fortaleza foi sucessivamente ocupada, tanto por espanhóis, em 1704, quanto por franceses, em 1811. Quando Portugal reconquistou a sua antiga praÁ§a militar o seu estado de degradaÁ§Á£o era aquele que subsiste em alguns pontos do monumento.
Outros motivos de interesse: A par do múltiplo património religioso, neste caso em concreto gostaríamos de fazer referÁªncia ao espólio arqueológico da regiÁ£o, com dezenas de Antas espalhadas em torno de Castelo de Vide, assim como algumas ermidas e menires. Em conjunto, acreditamos que visitar esta regiÁ£o é ter uma fundamental liÁ§Á£o de história.