MarvÁ£o
DescriÁ§Á£o: Tal como tantas construÁ§Áµes militares portuguesas, de tempos remotos, o Castelo de MarvÁ£o tem o nome do monarca D. Dinis inscrito na sua fundaÁ§Á£o. Como tal, 1299 é a data de construÁ§Á£o e o estilo, naturalmente, gótico, tÁ£o ao gosto do rei portuguÁªs. Seja como for, a história da localidade é incerta. Segundo se sabe, a figura de Ibn Marwan, já no século IX, surge associada ao nome de MarvÁ£o. Porém, os séculos que se seguiram sÁ£o pouco noticiados nos anais históricos, pelo que o salto temporal que se dá nos transporta para 1166 como momento da chamada «reconquista cristÁ£» deste espaÁ§o geográfico. Em termos arquitectónicos, esta fortificaÁ§Á£o possui larga beleza, iniciando-se a vista ao castelo com uma entrada dita em cotovelo, sendo que o interior das muralhas está, actualmente, repleto de habitaÁ§Áµes perfeitamente enquadradas com o aspecto medieval. Um pequeno torreÁ£o, uma cisterna que se acredita de origem islÁ¢mica e a sempre presente porta da traiÁ§Á£o fazem ainda parte do conjunto integral do Castelo de MarvÁ£o. Ainda assim, convém referir que, largos séculos volvidos após a sua fundaÁ§Á£o, a povoaÁ§Á£o possuía apenas quatrocentos habitantes, sendo portanto um espaÁ§o de pequenas dimensÁµes, ainda que relevante em termos históricos.
Outros motivos de interesse: A vila de MarvÁ£o nÁ£o é, naturalmente, apenas o Castelo. Dentro dos seus limites podemos ainda encontrar a EstaÁ§Á£o Arqueológica romana da Herdade dos Pombais (na freguesia de BeirÁ£), a magnífica cidade romana de Ammaia (SÁ£o Salvador de Aramenha) que muito apreciamos e que fez, inclusivamente, parte do nosso Roteiro Místico de Portugal, tal como, já na freguesia de Santa Maria de MarvÁ£o temos, entre outros, os seguintes monumentos: Cruzeiro da Estrela, Igreja de Santa Maria, Pelourinho de MarvÁ£o e, naturalmente, Convento de Nossa Senhora da Estrela (fundado em 1448).
Mogadouro
DescriÁ§Á£o: Este castelo, localizado bem no nordeste de Portugal é um dos casos exemplares de monumento que, na parte em falta que diz respeito Á beleza, por se encontrar em ruína parcial, sobeja em interesse histórico e patrimonial, daí que a nossa opÁ§Á£o pela sua inclusÁ£o nem tenha sido minimamente questionada aquando da selecÁ§Á£o da lista final para o presente trabalho. Assim sendo, hoje em dia, conservam-se dois panos de muralha que se ligam, directamente, a uma torre quadrada, de funÁ§Á£o incerta, e um cubelo. Para além disso, ainda podemos vislumbrar o remanescente de uma antiga torre quadrada que, segundo julgamos, seria espaÁ§o de colocaÁ§Á£o do relógio, dividida em trÁªs espaÁ§os. Visto desta forma, o castelo de Mogadouro poderá parecer desinteressante mas, na verdade, está longe disso, como pudemos aquilatar a partir do momento em que nos dedicámos Á sua análise. Ou seja, para além da decisÁ£o de o classificar como Monumento Nacional, ocorrida no ano de 1946, o que por si mesmo confirma a sua importÁ¢ncia, este foi um dos bastiÁµes templários nesta regiÁ£o do país, tendo passado, após a extinÁ§Á£o da dita instituiÁ§Á£o, a elemento patrimonial da Ordem de Cristo. Mandado erguer entre 1160 e 1165, a vila obteve foral no ano de 1272, por intervenÁ§Á£o directa de D. Afonso II e é, a nosso ver, um exemplar único da arquitectura militar portuguesa, merecendo ser referenciado em todos os guias de viagens, assim como estudos históricos sobre o passado portuguÁªs.
Outros motivos de interesse: A juntar Á história que emana de Mogadouro, temos igualmente de destacar a célebre gastronomia transmontana, como é o caso do porco de raÁ§a bísara, que ocupa um lugar de destaque a nível mundial, a par naturalmente da produÁ§Á£o vitivinícola local. Mas existem outros atractivos na regiÁ£o, quer a visita Á s míticas serranias, onde os nossos mais remotos antepassados desenvolveram cultos ancestrais a divindades da natureza, quer igualmente a Igreja do Convento de SÁ£o Francisco e o Pelourinho local. Podemos, ainda, encontrar um antigo palacete, na freguesia de Castelo Branco, que convém desde já distinguir da sua homónima localizada nas beiras de Portugal, pertenÁ§a dos Pimentéis, importante família da nobreza local.
Monsaraz
DescriÁ§Á£o: A vila alentejana aqui retratada possui uma beleza particular. No momento em que a visitámos conhecíamos de antemÁ£o as particularidades desta área geográfica, entre as quais se destacavam as extensas planícies, as culturas latifundiárias, o calor abrasador no período de VerÁ£o, assim como a hospitalidade das suas gentes e a qualidade da sua gastronomia. No entanto, quando nos aproximámos de Monsaraz percebemos que, por aqui, também a história era digna de realce e em breve nos apaixonámos pelo local, ao ponto de aqui regressarmos sempre que possível. Para além disso, o seu interesse reside, igualmente, na sua ligaÁ§Á£o com a Ordem de Cristo, sucedÁ¢nea do Templo em Portugal. Basicamente, por aqui encontramos uma extensa muralha a envolver toda a zona antiga, ressalvando-se que o castelo foi construído apenas no reinado de D. Afonso III, mais concretamente em 1232, quando a vitória sobre os mouros se tornou uma realidade palpável. E, para além disso, a grande verdade é que apenas no século XVII é que as muralhas fortificadas foram levantadas, de modo a melhor se defender a fortaleza das investidas espanholas. Isto apenas demonstra como é pacata toda esta zona, incluindo os seus habitantes, sempre aptos a cumprimentar os transeuntes ou a fornecer qualquer explicaÁ§Á£o sobre o melhor destino a tomar para encontrar determinado monumento.
Outros motivos de interesse: A par de um prolífico património religioso, que surge aos nossos olhos ao virar de cada esquina, e de onde destacaríamos a Ermida de Santa Catarina, a Capela de SÁ£o Bento e a Igreja Matriz de Santa Maria da Lagoa, Monsaraz oferece um vasto repositório de vestígios arqueológicos, área que sempre nos fascinou e, deste modo, aproveitámos para conhecer, e desde já recomendando vivamente, locais como o Cromeleque do Xerez, o Menir do Outeiro no sítio do Penedo Comprido, o Conjunto Megalítico do Olival da Pega e o Menir da Bulhoa.